O medo de morrer nunca foi algo absoluto. Na realidade, acredito que quase ninguém tema a morte. A morte é passageira, existem apenas os sentidos colaterais "pré/pós morte"- como morreremos, o que sentiremos, se se lembraram de nós, a dor que talvez causemos... -a morte só não é passageira quando figurada,mas ignoremos essa figura.
A morte é superficial, pois a todo momento estaremos vivos.
A morte apenas existe.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
possibilidades
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
conversas

Gárgulas são estátuas, são monstros, são vilões. São de pedras, são protetores, são simbologia.
Gárgulas possuem fisionomias, são tristes, furiosas, raivosas, risonhas, alegres. Gárgulas são seres. Afugentam agouros, assustam pessoas. Tão expressivas, fortes, frágeis, vibrantes, tatáveis.
Eu sempre gostei de gárgulas, desde pequena, quando fiquei ainda mais fascinada com uma lenda grotesca.
Gárgulas possuem fisionomias, são tristes, furiosas, raivosas, risonhas, alegres. Gárgulas são seres. Afugentam agouros, assustam pessoas. Tão expressivas, fortes, frágeis, vibrantes, tatáveis.
Eu sempre gostei de gárgulas, desde pequena, quando fiquei ainda mais fascinada com uma lenda grotesca.
Certo dia uma certa amiga me perguntou porque disse que meus textos são gárgulas, possivelmente porque são bruscos, brutos e até feios as vezes, mas escondem muito mais do que aparentam ser.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
cérebro gritante

Saiu de sua casa logo depois de um rápido banho quente- como se isso fosse possível- e de ter vestido suas roupas apressada.
Entrou no seu carro, que ainda tinha cheiro de novo, e ligou-o com a chave. Ficou ouvindo o barulho do motor anestesiar seus ouvidos daquela manhã entorpecida de névoa.
Olhou para o banco traseiro, conferindo pastas,maletas e bolsas que possivelmente deveriam estar ali.
Ela gargalhou, ou bufou. Disse entre dentes que seria terível aquele dia e então gargalhou ou bufou novamente.
Dirigiu pela estrada até a primeira aveniada com o som das rodas passando pelo asfalto úmido,molhado,frio daquela manhã meio chuvosa.
Seguiu dobrando por mais algumas ruas até o seu trabalho enfim. Olhou para o porteiro e o cumprimentou gentilmente. "Como vai a Sra.?" "Dia frio não? Deu na previsão que o sol pode abrir" Era o que aquele velho homem falava. Ele, deveria estar ali desde bem cedo, para recepcionar a entrada daqueles inúmeros carros pretos e prata.
Teu carro era de cor vibrante.
Já na tua vaga diária, com seu carro morto, baixou a cabeça no volante e murmurou alguns palavrões. Respirou fundo.
Olhou o relógio. 5 minutos para a hora prevista. Saiu do carro e de longe se lembro de fecha-lo, mas era fácil, apertou o botão sem mesmo precisar se aproximar.
Pegou o elevador panorâmico, vendo as pessoas diminuirem a cada um dos 30 e poucos andares.
Olhou para aquela sala de vidro fume. Respirou fundo. Sabia que por tras de toda aquela "cabine anti som" haveria muito barulho.
Uma reclamação. Seguida por outra, outra e mais outra. Quem sabe mais algumas muitas outras. Se ao menos ouvesse motivo. Ah, sim, havia, o seu chefe era descompensado demais.
Pegou suas tralhas. Olhou para alguns projetos que estavam em sua pasta, e os deixou sobre a mesa.
Levantou-se, quase sem ser notada, pois o aquele seu chefe estava ocupado tentando parecer superior.
Se virou. Toda aquela barulheira fechada, na cabine. Aquela barulheira e todo o seu atordoamento. E, durante todo o percurso de volta - o mesmo da ida - se viu leve.
Olhou para o relógio. Que horas eram aquelas para qualquer pessoa acordar? Não era hora de pessoas trabalharem, deve ser por isso que achara teu dia tão frio.
Voltou a dormir, no aconchego quente da cama.
Teu telefone toca. Ela abre as cortinas, sorrindo, pois ainda nem é hora do café, mas ela vai no aeroporto. Ela não precisa se ocupar no computador de madrugada, nem gastar teus míseros créditos.
Estava um sol lindo.
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