sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nuvens

Cai chuva, feito uma tromba d'água,caindo pesada
Cai torta, molhando tudo.
Desaguando como deve ser: chuva
Parece que veio pra ficar, mas não me engana, não dura mais que cinco minutos
É uma chuva de verão.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Estorvo #2


"Sento-me numa nesga de chão, de rente para a única janela que ficou desimpedida. Escurece de repente, e levo uns segundos para entender que uma vaca malhada encostou a cabeça no vidro da janela. A cabeça da vaca enquadra-se na janela com exatidão, e se estabelece. É uma vaca fatigada."

domingo, 21 de novembro de 2010

Metamorfose

Lua, por que se esconde tanto atrás das nuvens?
Eu sei que elas são pomposas e formosas, mas o que tanto você ganha em não se mostrar?
As vezes você se acanha, ou é gentil, e cede seu lugar as estrelas, aos astros brilhantes, luzes do céu.
Lua, gosto de quando você mostra seu sorriso largo, e de quando aparece por inteira, sua luz lunar me norteia, e por ser uma luz branca e clara gosto mais dela que a do sol
Lua crescente, crescida, minguante, sem lua
Volto a me recompor, lua, não me tire do sério, gosto do seu luar.

Redemoinhos

Deixo que o vento penetre em meus dedos, ora fecho-os, ora os abro.
Em alguns momentos penso que posso segurá-lo, nos momentos em que minha mão forma uma concha. Sinto que vou contra as leis naturais, e por isso impulsivamente fecho minha mão em um punho.
Vento, por que não paira em minha palma e que me permite mais do que um rasgar do ar, ou um zumbido por natureza? Por que não faz mais do que gelar meu corpo e fazer fluir meus pensamentos? Ah Vento, como é bom você fazer fluir meus pensamentos, pois embora lá fora não vente há uma brisa forte aqui.
Vento, leve tudo que eu estou pensando agora para bem longe! Se quiser leve minha cabeça, ou me leve por inteiro, desde que me afaste de tudo. Eu gosto dessa banalidade diária, mas gosto ainda mais de você.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Gostos

Eu gosto tanto do seu sorrisos...é tranquilo e pacificador. Mas gosto menos deles que de seus olhos; Seus olhos me dizem tudo aquilo que você não me diz.

eu gosto de tudo,

tudo que traz você aqui.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Escrever é um novo jeito de se apaixonar.

Seja por suas fantasias, pelo real, irreal, pelo sobrenatural, por aquele vestido de ontem, por idéias, idiossincrasias, por você, pelo seu melhor amigo.
Apaixonar-se por outras escritas, por um outro mundo, pelo desconhecido.
Escrever te faz homem, mulher, bicho, comida, inanimado ou nada, ou tudo. Te torna locutor, e faz conhecer virtudes. Aliais, escrever é se colocar em um papel; Envolve sentimentos, desejos, vaidades. Muta-te do útil ao inútil, imortal ao mortal; É santidade - em termos- é pecar com palavras.
Já ler, é como desvendar os outros, e não a si mesmo; Gera inveja, nos pega desprevinidos, nos inspira com linhas recheadas, seja com amor, amizade, ou qualquer coisa como uma ira desconexa.
Ler é uma invasão, no interior das outras pessoas. Assemelha-se a ouvir únicas batidas de um coração descompassado. É criticar, elogiar ou permanecer-se indiferente.
Escrever é conveniente; Ler é outra história, é descobrir insanidades alheias.